1936 - 1958

Em Portugal

1945 | É lançado o primeiro Plano Rodoviário Nacional

Com o objetivo de melhorar as estradas existentes, em 1945 é aprovado o primeiro Plano Rodoviário Nacional por iniciativa do ministro Duarte Pacheco. Um marco histórico na construção de uma rede rodoviária à altura dos automóveis da época.

 

Crédito: Global Imagens

Os anos 30 e 40 foram marcados pelo reconhecimento da importância de existir uma rede rodoviária em todos os países europeus. Da capacidade de tráfego aos aspetos mais técnicos, o conceito de rede rodoviária passou a ter em conta a nova velocidade dos veículos motorizados. Em Portugal, por iniciativa do ministro Duarte Pacheco, é aprovado um decreto-lei a 11 de março de 1945, que visa suprir a deficiência da rede de estradas existentes, fixando novas características técnicas e hierarquizando a rede rodoviária. Neste plano, a rede nacional foi hierarquizada em três níveis e definiram–se as larguras mínimas da plataforma para cada uma das classes.

Chamaram-lhe Plano Rodoviário Nacional e veio combater algumas lacunas na rede existente, designadamente ao nível da categoria das estradas e da inexistência de algumas ligações tidas como necessárias por razões económicas e sociais.

Quarenta anos depois, em 1985, é publicado um novo Plano Rodoviário Nacional para dar resposta tanto à grande expansão e desenvolvimento tecnológico do automóvel como às novas metodologias de desenvolvimento, com base em previsões de tráfego. Surgiu assim uma Rede Rodoviária Nacional com cerca de dez mil quilómetros. A última revisão ocorreu em 1998 para dar resposta ao desenvolvimento socioeconómico verificado após a adesão de Portugal à União Europeia. No total, este plano contempla cerca de 16 mil quilómetros dos quais cerca de cinco mil foram incluídos na categoria de Estradas Regionais.

1949 | Atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz

Numa época dominada pelo pós-guerra e pelo desenvolvimento da indústria automóvel, Egas Moniz deu que falar ao vencer o prémio Nobel da Medicina pelo seu trabalho no desenvolvimento de uma intervenção cirúrgica ao cérebro.

 

Crédito: Global Imagens

António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz nasceu em Avanca, a 29 de novembro de 1874, no seio de uma família rural e frequentou os últimos anos no liceu de Viseu. Após os preparatórios de Medicina em Coimbra, desde 1891, matriculou-se em 1894 e terminou o curso em 1899. Doutorou-se em Medicina no dia 14 de julho de 1902 e, um ano depois, tornou-se Professor Catedrático. Dedicou-se à atividade literária, à investigação, à política, mas foi na medicina que se destacou. Egas Moniz soube a 27 de outubro de 1949 que tinha recebido o Nobel da Medicina pelo seu trabalho no desenvolvimento de uma intervenção cirúrgica ao cérebro, apelidada “leucotomia pré-frontal”.

No telegrama que recebeu de Estocolmo, o médico foi informado de que os professores do Karolinska Institute tinham decidido atribuir-lhe o Prémio Nobel da Fisiologia e da Medicina.

O motivo invocado foi a sua descoberta do valor terapêutico de uma intervenção cirúrgica ao cérebro, chamada de leucotomia pré-frontal. Foi a primeira vez que um português recebeu um Prémio Nobel e permanece como caso único, até aos dias de hoje, no campo da ciência. O galardão mereceu uma grande atenção por parte da imprensa que enalteceu os méritos do médico português elevando-o à categoria de herói nacional. Egas Moniz morreu em Lisboa, em 1955, aos 71 anos, e ficou para a História como o mais célebre, icónico e mítico médico português.

Na Citroën

E então, tudo mudou no mundo

1947 | Citroën revoluciona o mercado automóvel

Ao sair da Segunda Guerra Mundial, França necessita de reconstrução e o mercado automóvel prova estar à altura da crescente procura com carros utilitários indispensáveis para qualquer profissional.

 

Crédito: Médiathèque Citroën

A indústria automóvel estava em alta na década de 1930, mas a Segunda Guerra Mundial mudou tudo. Para dar resposta às necessidades do conflito, a produção de carros parou e as fábricas começaram a produzir aviões, tanques e camiões militares. As empresas de lingerie fabricavam redes de camuflagem e os fabricantes de pneus produziam peças para aeronaves e insufláveis salva-vidas. Tudo se adaptou e, quando a guerra acabou, as marcas de automóveis enfrentaram grandes dificuldades. Os seus clientes ainda conduziam veículos produzidos pré-guerra e queriam trocar de automóvel, mas as fábricas só ofereciam novas versões de carros com o mesmo design.

Só em 1947 é que surgiram modelos totalmente novos para responder à crescente procura.

Para a reconstrução da França, a Citroën lança um aliado indispensável para qualquer profissional: o Type H. Seja para transporte de animais, ambulância ou veículo da polícia, recupera a conceção inovadora da tração dianteira com um volume de carga que não é perturbado nem pelo diferencial traseiro, nem pelo veio de transmissão. Um ano depois, o 2CV é apresentado no Salão de 1948 como a primeira pequena berlina de tração dianteira em todo o mundo. Perfeitamente adaptado ao otimismo do pós–guerra, respira a vontade de viver com as suas variadas inovações, as suas quatro rodas independentes, a sua caixa de 4 velocidades de série e, acima de tudo, o seu teto em lona descapotável.

No Mundo

1939 | Inicia-se a Segunda Guerra Mundial

O ano de 1939 é marcado pelo início do conflito global mais destrutivo da história da humanidade. Ao longo de seis anos, a indústria automóvel também foi afetada pelos bombardeamentos e a produção diminuiu significativamente em todo o mundo.

 

Crédito: Global Imagens

Falar da Segunda Guerra Mundial é falar da guerra mais abrangente da história com um número incalculável de mortos. O conflito iniciou-se em 1939, com a invasão alemã à Polónia, e durou até 1945 quando duas bombas nucleares lançadas em Hiroshima e Nagasaki decretaram o seu término. No total, foram mobilizados mais de cem milhões de militares com o envolvimento da maior parte das nações do mundo organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo. A 3 de junho de 1940, a fábrica da Citroën de Quai de Javel foi bombardeada e, perante a escassez de combustível, a produção de novos veículos baixa significativamente.

Dois anos depois, a produção anual passa de mais de cem mil veículos para cerca de nove mil.

Com um segundo bombardeamento da fábrica de Javel, a área de produção fica seriamente danificada. Só em 1945 – ano marcado pelo fim da guerra – é que a fábrica é reconstruída para responder com máxima rapidez à crescente procura. À semelhança dos restantes países da Europa, a França está em completa reconstrução e, para tal, recorre à ajuda da indústria automóvel. A produção atinge 13,4% do seu nível antes da guerra e metade dos veículos produzidos pela Citroën são utilitários. Simultaneamente, a Organização das Nações Unidas foi estabelecida para estimular a cooperação global e evitar futuros conflitos, mas a União Soviética e os Estados Unidos emergiram como superpotências rivais, preparando-se para uma Guerra Fria com duração de 46 anos.

1955 | Morre James Dean

Como um símbolo da sua geração, James Dean era um eterno apaixonado por velocidade. Um amor que o conduziu à morte no dia 30 de setembro de 1955, vítima de um trágico acidente de carro em Cholame, na Califórnia.

 

Crédito: Global Imagens

James Dean viveu intensamente e morreu jovem. Nascido a 8 de fevereiro de 1931, o ator norte-americano é recordado como um ícone cultural da desilusão adolescente e do distanciamento social. Três filmes, duas nomeações para melhor ator nos Óscares e outras duas para melhor ator estrangeiro nos BAFTA completam um currículo que ficou incompleto por razões trágicas. No dia 30 de setembro de 1955, a estrela de Hollywood morre aos 24 anos ao volante de um Porsche 550 Spyder em Cholame, Califórnia. Tudo aconteceu na interseção das estradas 41 e 46 num choque com o Ford Custom Tudor 1950 conduzido por Donald Turnupseed.

No fatídico dia, James Dean viajava a caminho da cidade de Salinas para participar numa corrida de automóveis – um dos seus hobbies favoritos.

Um ano antes, decidiu seguir uma carreira no desporto motorizado e após a filmagens de “A Leste do Paraíso” comprou vários carros. A sua última corrida ocorreu a 30 de maio de 1955, porque a Warner Brothers impediu James Dean de participar em qualquer corrida durante a produção do filme “O Gigante”. Terminadas as rodagens, Dean procurou tirar uns dias de folga para se dedicar à sua grande paixão: a velocidade. Ansioso por voltar às corridas, acaba por falecer num trágico acidente. Hoje, a sua imagem continua a ser um símbolo da juventude rebelde e idealista.