1959 | Inauguração do Metropolitano de Lisboa
A 29 de dezembro de 1959 chega o metropolitano a Portugal. Uma nova opção
de mobilidade para os lisboetas evitarem as filas intermináveis de carros, elétricos
e autocarros que surgiam cada vez em maior escala na capital portuguesa.
Crédito: Global Imagens
A primeira página do DN, de 30 de dezembro de 1959, noticia a primeira viagem no Metropolitano de Lisboa. As obras de construção do metro começaram a 7 de agosto de 1955 e veio a ser inaugurado a 29 de dezembro de 1959, em formato de Y e com apenas dois troços: Sete Rios (hoje, Jardim Zoológico) – Rotunda (hoje, Marquês de Pombal) e Entrecampos – Rotunda, que culminavam num troço comum, o Rotunda – Restauradores. A 30 de dezembro de 1959, dia da abertura ao público, por volta das três horas da manhã, existiam filas intermináveis à porta das estações para utilizar o novo meio de transporte.
A afluência foi tanta que algumas estações foram obrigadas, por motivos de segurança, a cancelar temporariamente a venda de bilhetes.
Segundo o ator Artur Agostinho, narrador da curta-metragem que mostrou aos portugueses como utilizar o Metro de Lisboa, já existiam “filas intermináveis de carros, elétricos e autocarros” nas estradas da capital capazes de “fazer perder a paciência ao mais calmo e fleumático”. No vídeo, Artur Agostinho queixa-se do facto de Lisboa ter “cada vez, e em maior escala, graves e complicados problemas de trânsito”. Assim, apresenta o Metropolitano de Lisboa como uma forma de chegar ao destino de forma mais fácil e eficaz. E melhor: sem trânsito. Dada a sua segurança e rapidez, este meio de transporte atualmente com quatro linhas e 56 estações tornou-se num fator determinante para o desenvolvimento da capital portuguesa.
1961 | A obra “Felizmente há luar!” é publicada
Da paixão dos automóveis aos livros, Sttau Monteiro estreou-se na linguagem dramática com “Felizmente há luar!” em 1961 e tornou-se um dos mais importantes dramaturgos da segunda metade do século XX português.
Crédito: Global Imagens
Sttau Monteiro não cultivava a imagem de escritor, não escrevia por obrigação e nem queria ser conhecido. Uma das suas maiores paixões eram as corridas de automóveis como piloto de Fórmula 2 em Inglaterra, mas foi como autor literário que se tornou um dos mais importantes dramaturgos da segunda metade do século XX português. Denunciando a injustiça da repressão e das perseguições políticas levadas a cabo pelo Estado Novo, a peça “Felizmente há luar!”, publicada em 1961, esteve proibida de entrar em cena pela censura durante muitos anos e o seu autor chegou a ser preso.
A obra, em dois atos, narra o drama do general Gomes Freire de Andrade, perseguido por governantes que dominavam o povo pelo medo e pela ignorância, foi só pela primeira vez levada à cena em 1978, no Teatro Nacional, numa encenação do próprio autor.
No entanto, esta peça também é marcada pela denúncia da opressão que se vivia na época em que foi escrita, sob a ditadura de Salazar. Assim “Felizmente há luar!” é um drama narrativo, dentro dos princípios do teatro épico, que descreve a “trágica apoteose” do movimento liberal oitocentista, em Portugal, e interpreta as condições da sociedade portuguesa do início do século XIX e a revolta dos mais esclarecidos contra o poder absolutista e tirânico dos governadores.
Época de sonhos
1959 | Citroën lança um novo logótipo
Em 1959, a Citroën apresenta uma evolução de logótipo que inicia uma era de renovação marcada pela recuperação da audácia e juventude da marca. Uma verdadeira lufada de ar fresco no mundo automóvel devido ao seu design único e conforto de referência.
Crédito: Médiathèque Citroën
Novos modelos, nova fábrica e uma nova imagem de marca. Em 1959, a Citroën começa a apresentar uma renovação que revolucionou o mundo automóvel. O logótipo de chevrons (na cor amarela para as agências e dourada para as concessionárias) sofre uma evolução e ultrapassa a forma oval branca. Numa época em que o DS se continuava a distinguir em todas as estradas (inclusive as mais inesperadas no Rali de Marrocos), a marca abre a primeira fábrica Citroën de carroçaria e montagem de veículos em Rennes, França.
Uma realização exemplar em matéria de equipamentos e automatização, prevendo-se atingir uma produção de 1200 veículos por dia.
Ao mesmo tempo, a juventude reivindica fortemente a sua vontade de liberdade. Segundo estas inspirações, a Citroën reintegra a elipse no logótipo e lança, em maio de 1968, um veículo derivado da Dyane e do 2 CV que quebra, mais uma vez, todos os códigos automóveis. O Méhari é feito de material plástico termomoldado escurecido na massa e a sua carroçaria concebida por Roland de la Poype, não teme os riscos, pequenas colisões ou a corrosão. Para além disso, pode ser lavada com jato de água tanto no exterior como no interior. Ideal para as atividades de lazer, esta pickup é adotada imediatamente pela juventude, pelos grandes nomes da moda como Givenchy, mas igualmente por profissionais que definem este veículo como prático e económico com apenas uma lona de simples instalação e uma superfície inferior plana.
1962 | Charles de Gaulle, Presidente da França, sobrevive a
atentado
Na noite de 22 de agosto de 1962, uma dúzia de homens abriram fogo contra o presidente francês Charles de Gaulle a bordo de um Citroën DS 19. Sem blindagem, a inovadora suspensão hidropneumática do carro salvou a vida do chefe de Estado.
Crédito: Global Imagens
O general Charles de Gaulle assumiu a presidência da Quinta República da França em 1959. Durante sua gestão, o presidente francês enfrentou a oposição armada dos oficiais de direita do Exército e negociou a independência da Argélia. A assinatura dos Acordos de Évian em 1962 colocou fim a oito anos de guerra colonial, mas deu início a um clima de hostilidade por parte dos defensores da Argélia francesa. Inclusive os membros da Organisation Armée Secrète, uma organização radical responsável por uma série de operações violentas, tanto em França como na Argélia.
No dia 22 de agosto de 1962, quando o presidente Charles de Gaulle, esposa e genro, saem do Palácio dos Elísios a caminho do Aeroporto de Orly sofrem um atentado a bordo de um Citroën DS 19.
Na chamada Avenue de la Libération doze integrantes da organização abriram fogo contra o DS presidencial (praticamente de série e sem blindagem) e contra o DS tripulado por dois polícias e um guarda-costas. Cerca de 140 balas depois, o tiroteio furou dois pneus. Apesar de o veículo ter sido atingido, o motorista do presidente conseguiu não perder o seu controlo na estrada escorregadia e irregular graças, sobretudo, à suspensão hidropneumática do carro apelidado “boca de sapo”. O papel do DS na fuga da tentativa de assassinato foi mais eficaz do que qualquer campanha publicitária da Citroën. Charles de Gaulle gostou ainda mais do carro e recusou-se a viajar com qualquer outro modelo.
1963 | Kennedy, 35.º Presidente dos Estados Unidos, é assassinado
Duas balas tiram a vida do presidente norte-americano John F. Kennedy em novembro de 1963. Um atentado que mudou a história e revolucionou a segurança das viaturas presidenciais que passaram a ser blindadas, com vidros à prova de bala e teto fixo.
Crédito: Global Imagens
A imagem do assassinato de John F. Kennedy, o 35.º Presidente dos Estados Unidos, ainda está bem viva na memória dos norte-americanos. A 22 de novembro de 1963, quando seguia no carro presidencial na Praça Dealey, em Dallas, Texas, foi morto a tiro por Lee Harvey Oswald, um empregado do armazém Texas School Book Depository. Duas balas anunciaram o fim de um governo que durou menos de três anos. Ao lado da mulher, Kennedy desfilava na sua limusine aberta apelidada pelo Serviço Secreto dos Estados Unidos de SS-100-X. Desde então, o órgão responsável pela segurança presidencial, cresceu de tamanho, incorporou novas tecnologias e alterou o seu modo de atuação.
Os descapotáveis foram abolidos e o próprio Lincoln Continental SS-100-X foi equipado com um teto permanente, blindagem de titânio e vidros à prova de bala.
Atualmente, o novo carro presidencial de Donald Trump já pesa cerca de 9 mil quilos e está equipado com uma câmara de visão noturna. A “Besta”, como lhe chamam, pode disparar granadas de gás e é capaz de resistir a ataques de explosivos. Com os mais avançados sistemas de comunicação encriptados, o Cadillac One do presidente dos Estados Unidos beneficia de um sistema de telecomunicações altamente encriptado e armazena sangue do mesmo tipo do presidente, caso seja necessário começar manobras de primeiros socorros a bordo. Tudo isto para ser utilizado em percursos que duram entre 15 minutos e meia hora. As restantes viagens oficiais realizam-se de avião ou helicóptero.